Empresa de consultoria foi contratada para investigar repasses ao exterior
Após reiteradas cobranças de parlamentares por acesso a informações sobre a contração e atuação da Kroll, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (5) que marcará uma reunião para que os deputados da comissão saibam quem são as pessoas investigadas pela empresa de consultoria e inteligência.
O contrato da companhia com a CPI está sob sigilo até 2020 por determinação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que gerou questionamentos de parlamentares. A Kroll foi contratada pela Casa por R$ 1,18 milhão para identificar contas bancárias suspeitas e repasses ilegais ao exterior de dinheiro de investigados na Operação Lava Jato.
Na primeira etapa de atuação da Kroll, foram investigadas 12 pessoas, mas os nomes estão sob sigilo e nem mesmo os integrantes da comissão sabem quem são. Cunha justificou a classificação dos dados como "reservados" dizendo que há informações de quebras de sigilos bancários e fiscais.
Nos bastidores, porém, circula a informação de que a consultoria teria a missão de investigar delatores que comprometeram parlamentares, entre os quais o presidente da Câmara. Hugo Motta já anunciou que negocia a contratação de quatro novas etapas de investigação. Ao mesmo tempo, deputados cobram participação nessa decisão.
“Vamos realizar uma reunião entre os membros da CPI para discutirmos a contratação, fazendo o esclarecimento de todos os nomes. Eu vou apresentar os nomes, o relatório que me foi entregue e a CPI decidirá quantos a Kroll irá investigar, quem a Kroll irá investigar”, anunciou Hugo Motta na sessão desta quarta da CPI.
O deputado Ivan Valente (PSOL-RJ) defendeu que os trabalhos da consultoria sejam conduzidos com “transparência”. “Fico feliz de que vossa excelência tenha tomado a decisão de tornar transparente todo o processo da Kroll. Estou com requerimento de convocação da presidente da Kroll. Não consigo achar que, depois de quatro meses, eles não tenham nada para apresentar. O sigilo decretado pelo Eduardo Cunha é um absurdo. De modo que agora é dar transparência.”
Na semana passada, Hugo Motta admitiu que há delatores entre 12 pessoas investigadas na primeira etapa de atuação da Kroll, mas negou que o objetivo seja deslegitimar as delações premiadas para proteger políticos.
“Se você me pergunta se a Kroll está investigando delatores, pode, sim, ter no âmbito da investigação alguns delatores. Por quê? Porque os delatores confessadamente assumiram que cometeram delitos. Nós precisamos investigar se eles devolveram tudo que desviaram no âmbito da Petrobras”, disse Motta.
“A contratação da Kroll foi aprovada pela CPI em 5 de março. O pedido de abertura de investigação do presidente da Casa, dr. Eduardo Cunha, se deu no dia 8 de março. Ou seja, a aprovação da Kroll nada tem a ver com a investigação do presidente Eduardo Cunha”, completou o presidente da comissão.
Fonte: Com informações do G1
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