Policiais militares e bombeiros de Pernambuco decretaram greve por tempo
indeterminado na noite de terça-feira (13). Por meio das redes sociais,
representantes da categoria afirmaram que apenas 30% do efetivo
permanecerá em atividade, em respeito à lei de greve. Segundo a imprensa
local e relatos de cidadãos compartilhados nas redes sociais, postos de
policiamento foram fechados e poucas viaturas foram vistas nas ruas
durante a noite de ontem e na madrugada desta quarta-feira (14). Em
alguns postos que permaneceram abertos, policiais militares chegaram a
informar não estar de serviço. Além disso, uma operação contra o tráfico
de drogas deflagrada esta manhã pela Secretaria Estadual de Defesa
Social contou apenas com a participação de policiais civis. Procurada
pela Agência Brasil, a assessoria da Polícia Militar (PM) informou ainda
não ter um balanço sobre o alcance do movimento, mas garantiu que “as
demandas operacionais administrativas estão sendo atendidas pela
corporação”, sem detalhar como. Entre 18 reivindicações, os militares
pedem melhores condições de trabalho; reajuste salarial de 50% para
soldados e de 30% para oficiais retroativo a janeiro deste ano;
aprovação de um novo plano de cargos e carreira; fim da pena de prisão
prevista no Código Disciplinar; exigência de curso superior para
admissão de novos militares; pagamento de uma gratificação para quem
fizer cursos de especialização, além do aumento do valor do
tíquete-refeição. Parte da categoria está reunida em frente ao Palácio
do Campo das Princesas, sede do governo estadual, decidindo, em
assembleia, se os grevistas deverão permanecer aquartelados ou acampados
próximo ao palácio durante o tempo que durar a paralisação. Em nota
divulgada por meio de seu site, o governo pernambucano assegurou que,
conforme já havia sido acertado anteriormente, os policiais e bombeiros
receberão um aumento de 14,55% já na folha do mês de junho. O governo
estadual também afirma estar cumprindo todas os itens do acordo
anteriormente firmado com a categoria. Ainda assim, após ter recebido,
ontem a tarde, as novas reivindicações dos militares, criou uma comissão
multissetorial para analisar a questão. Integram a comissão as
secretarias de Administração, de Defesa Social, de Planejamento e
Gestão, da Fazenda e os comandos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros. Em um vídeo divulgado na página da PM na internet, o
comandante-geral, coronel José Carlos Pereira orienta os policiais a
serem cautelosos quanto às manifestações veiculadas pelas redes sociais.
“Nem tudo é verdade. Estes canais, muitas vezes, abrem espaço para
atitudes desnecessárias e inconsequentes que nada somam às discussões
sérias que merecem e estão tendo atenção do governo do estado”. O
coronel diz que tem conversando com os representantes do movimento,
levando ao conhecimento dos escalões superiores as reivindicações da
categoria. “Uma pauta com assuntos do interesse de nossa corporação foi
entregue ao governo estadual. O assunto foi recepcionado pelo governo
para a devida avaliação”, acrescentou o oficial antes de apelar para que
os militares tenham “equilíbrio”. “Vivemos em um estado democrático de
direito. Reuniões pacíficas, reivindicações por melhorais e a busca de
soluções para nossas dificuldades são legítimas e assim estão sendo
reconhecidas pelo governo de Pernambuco, mas não devemos agir de forma
precipitada e emotiva”, concluiu o oficial.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Nenhum comentário:
Postar um comentário