Escrito por :
HELÔ SAMPAIO
Eh! Que o São João no interior ainda é uma coisa boa. Fogueira na porta das casas, milho verde e canjica na mesa, fogos bonitos, forró tocando, enquanto crianças brincam com as luzes dos fogos sob o olhar dos adultos, que saboreiam o licor e conversam. Esta é uma cena que me é bastante familiar. Só falta o meu pai pegando na minha mão para ajudar a soltar uma ‘chuvinha’ ou um traque. Saudade da infância!
Mas uma saudade que não dói. Em Ibicaraí, minha cidade, as coisas continuam como sempre foram: as pessoas continuam com as portas abertas e as mesas fartas, as fogueiras e as crianças nas ruas enfeitadas de bandeirinhas, o chapéu de palha, a calça com ‘remendos’, a saia rodada de chita e a blusa quadriculada continuam a ser a ‘veste’ oficial da festa.
Fui para o interior com os meus irmãos Ana e Paulo, que veio de ‘Sumpaulo’ para a festa. Logo após chegarmos, Itana, minha sobrinha que mora em Itabuna, preparou um jantar – salmão, macarronada ao molho de camarão e uma lasanha de berinjela – sua especialidade – que estavam deliciosos e logo me acrescentaram os 300 graminha que eu vinha me esforçando para perder neste mês. Após este ‘alargamento de cintura’, tomamos o rumo de Ibicaraí.
Lá já estavam meus outros dois irmãos, Lula e Carmen, com os filhotes, e até a minha amada Maria Carolina, a menina mais linda e charmosa de Vitória da Conquista. Este ano, tivemos que nos dividir indo um dia para uma festa na fazenda do amigo Cachacinha, onde encontramos grandes amigos, inclusive sua sogra, Nair de Caxingó – que foi amiga dos meus pais e este ano comemorará 93 primaverinhas. No outro dia, a festa foi na fazenda de Gordinho de Jesus, meu sobrinho, que fica na Patioba, numa variante da estrada para Floresta Azul.
Estrada, não, o caminho é um teste de perícia no volante, lama, capacidade de ultrapassar obstáculos, ladeiras intransponíveis, e outros babados. Um rali completo, Senti calafrio, coisa que não acontece há muito tempo. Foi uma aventura emocionante. Quatro quilômetros de superação metro a metro. Respirei aliviada quando consegui alcançar o asfalto, já na volta. Vários amigos não conseguiram e tiveram que passar a noite por lá. Tadinhos! Estava um frio...
Fui – com Josevan e os irmãos Lula e Paulo – conhecer a fábrica de chocolate, ou melhor, a primeira fábrica de chocolate da Agricultura Familiar do Brasil. E qual foi a minha surpresa ao me deparar com o presidente: era o meu querido amigo Paulo Ramsés, que nos recebeu com a maior deferência. Falou da luta para aumentar a produção mensal – hoje de 440 quilos de chocolate para três mil quilos, o que abasteceria toda a região, além de dobrar o número de funcionários, que hoje são treze.
“Estamos buscando recursos com a CAR (Companhia de Ação Regional) para adquirirmos mais um ‘túnel’ (local de resfriamento do chocolate para desenformar) e uma embaladeira, o que tornará a fabrica autossustentável e consolidará o nome de Ibicaraí no ambiente industrial”, diz Ramsés. Ele nos contou todo orgulhoso sobre o sucesso que foi a participação do produto ibicaraiense na Conferencia do Chocolate na França, quando foi muito elogiado e saboreado. E se prepara para ganhar muitos outros elogios pela qualidade do produto.
Nós provamos os chocolates e posso assegurar que, com certeza, todos os tipos – com 56% ou com 70% de chocolate, ou com leite, ou em todas as formas que apresentam, o produto é delicioso. E não é ‘puxação de saco’ porque é da minha terra, não. É saboroso mesmo. Ah! Lá também reencontrei com Celia da Paz, minha amiga do Jacarandá, sempre com a sua simpatia esfuziante e os três quilinhos a mais. Eu já disse a ela que não somos gordinhas, temos excesso de fofura. Somos ‘gostosésimas”, neguinho. Celinha adorou meus argumentos.
O chocolate é tão delicioso quem Paulo, meu irmão, comprou um bocado, para levar para suas filhotas e para todos os seus amigos paulistanos. E você, meu lindinho, quando passar pela BR-415, no sentido Floresta Azul para Ibicaraí, entre para conhecer a nossa fábrica e prove o nosso produto. Fica no bairro Sempre Viva – que antigamente chamávamos Bode Capado, telefone (73) 3242 3951, ou entre em contato pelo email bahiacacau@hotmail.com. Depois deste ‘comercial’ todo garanto que Ibicaraí será uma referência e as pessoas só vão querer o nosso chocolate. He-he! Ibicaraí vai mandar chocolate para o Mundo todo, por que não?
Mas hoje, 26, é o meu aniversário. Eu, Gilberto Gil, Cris Porto e Alba Regina nascemos no mesmo dia (no mesmo ano também, não é, Albinha e Cris?). Hoje, a minha nêga Alaide já preparou o ‘homus tahine’ para os irmãos que já chegaram com as amigas Rosilene, Julia e Inês, para almoçar comigo na casa do Fábio e Itana. O prato principal, a meu pedido, será o salmão ao forno. Experimente a delícia, meu amor, cantando parabéns para euzinha e para os outros amiguinhos-aniversariantes do dia.
Salmão ao forno
Ingredientes:-- 1 kg filé de salmão
-- azeitonas
-- orégano
-- 10 colheres (sopa) de molho shoyo
-- azeite e sal a gosto
-- papel alumínio
-- limão
-- 1 cebola fatiada
-- 3 batatas cozidas
-- azeitonas
-- orégano
-- 10 colheres (sopa) de molho shoyo
-- azeite e sal a gosto
-- papel alumínio
-- limão
-- 1 cebola fatiada
-- 3 batatas cozidas
Modo de preparo:
-- Lavar o salmão com suco de limão
-- Aquecer o azeite e colocar a cebola fatiada, levando ao fogo ate que doure; reservar
-- Cobrir a assadeira com o papel alumínio, (de maneira que sobre também pra cobrir todo o salmão depois)
-- Com a assadeira forrada, colocar o salmão já temperado com o sal, regar com o azeite e o shoyu, decorar com azeitonas e orégano
-- Colocar as batatas já cozidas ao lado do salmão e as cebolas recheadas no azeite por cima do salmão, embrulhar com o papel alumínio, de maneira que o recheio não derrame quando esquentar e levar ao forno para assar por 40 min
Na hora de degustar, cante parabéns para as lindinhas do dia e bom apetite!
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