Um dos legados
indigestos que o ex-prefeito de Salvador, João Henrique (PP), deixou para ACM
Neto (DEM) foi uma dívida da ordem de R$ 305
milhões, segundo o democrata. Em Lauro de Freitas, uma das missões do novo
prefeito Márcio Paiva (PP) é honrar o pagamento de R$ 1,3 milhão com o setor
publicitário, não realizado pela ex-gestora da cidade, Moema Gramacho (PT). “A
Lei de Responsabilidade Fiscal faculta que o gestor deixe restos a pagar”,
afirma o advogado Carlos Augusto Medrado, especializado em direito público e
eleitoral. Ele alerta, entretanto que a
legislação também determina que o responsável pela dívida garanta a
“disponibilidade financeira, ou seja, dinheiro em caixa” para a quitação pelo
sucessor. Questionado sobre a decisão do prefeito ACM Neto de suspender o
pagamento das dívidas, Medrado ponderou que “os novos gestores estão
fazendo uma auditagem para aferir a legitimidade das despesas porque nenhum
prefeito vai assumir graciosamente dívidas que ele não fez, sem saber do que se
trata”, disse o especialista, em entrevista ao Bahia Notícias. Caso seja
identificada alguma irregularidade ou falta de autenticidade das despesas,
esclarece Medrado, o gestor que herdou a dívida pode acionar judicialmente seu
antecessor, que pode responder por “crime de responsabilidade ou improbidade
administrativa”, detalha. De acordo com o advogado, na hipótese de constatar
irregulares entre as pendências financeiras da gestão anterior, ACM Neto “pode”
acionar o Ministério Público ou o Tribunal de Contas dos Municípios, o que pode
ser feito por qualquer cidadão ou até por um vereador, informa. “Dentre as
penalidades para crime de responsabilidade tem a pena privativa de liberdade”,
esclarece o especialista, ao confirmar que a prisão integra o rol de punições
previstas na legislação para o caso de condenação do gestor devedor
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