A volta aos trabalhos da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, no Congresso, e as
primeiras sustentações orais de advogados dos réus do mensalão devem movimentar
a semana política em Brasília. Enquanto parlamentares ouvem Andressa Mendonça,
mulher do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, as defesas
pretendem contestar as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República
na Ação Penal 470.
Depois de ter os trabalhos
interrompidos com o recesso parlamentar, os membros da CPI do Cachoeira voltam
a se reunir na terça (7) e na quarta-feira (8) para quatro depoimentos. O
primeiro deles é o de Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira. Na
semana passada, ela foi detida acusada de tentar chantagear o juiz federal
Alderico Santos, responsável pelo inquérito da Operação Monte Carlo na 11ª Vara
Federal de Goiânia. Para ser libertada, Andressa teve que pagar R$ 100 mil de
fiança. Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para investigar a tentativa
de chantagem. Logo na sequência, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos,
abandonou a defesa do bicheiro. Inicialmente, o depoimento de Andressa na CPI
foi justificado por ela supostamente ter o conhecimento de integrantes da
quadrilha de Cachoeira e por circular entre figuras importantes. No entanto,
com a prisão, parlamentares devem questioná-la também sobre o mais recente caso
envolvendo o bicheiro.
Além dela, será ouvido
pela CPI o policial federal aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, apontado como
um dos “arapongas” do grupo de Cachoeira. Ele tem habeas corpus concedido pelo
STF para exercer o direito de ficar calado. No dia seguinte, estão previstos os
depoimentos da ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e o contador Rubmaier
Ferreira de Carvalho, apontado como responsável pela abertura de empresas que
seriam usadas como fachada por Cachoeira para lavar dinheiro.
Mensalão
Com a expectativa de que
dure ao menos um mês, o Supremo Tribunal Federal iniciou na semana passada o
julgamento da Ação Penal 470, do mensalão do PT. Na quinta-feira (2), os
ministros se debruçaram sobre uma questão de ordem pedindo o desmembramento do
caso. Por nove votos a dois, o pedido foi negado. Desta forma, os 38 réus
continuarão sendo julgados pela mais alta corte do país. Na sexta, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fez sua sustentação oral. Ele
defendeu a condenação de 36 réus e a absolvição de dois. Além disso, pediu que
sejam expedidos mandados de prisão contra todos assim que o julgamento for encerrado.
Segundo Gurgel, o ex-ministro da Casa Civil é o chefe da quadrilha do mensalão
e que nada era aprovado pelo PT sem a sua chancela.
A partir de amanhã, cada
advogado terá uma hora para defender seu cliente. O primeiro a fazer
sustentação oral será José Luis de Oliveira Lima, que representa José Dirceu.
Em seguida, sobem à tribuna do STF os advogados do ex-presidente nacional do PT
José Genoíno (Luiz Fernando Pacheco), do ex-tesoureiro do partido Delúbio
Soares (Arnaldo Malheiros Filho), e do publicitário Marcos Valério (Marcelo
Leonardo).
Fellipe Sampaio/SCO/STF
Ministros do STF ouvirão
as sustentações orais de advogados dos réus do mensalão
As sustentações
orais da defesa, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Supremo em junho
e que já está atrasado, devem ocorrer até a próxima semana. Até lá, os
ministros da corte terão sessões todos os dias da semana. A partir da fase de
votos dos integrantes serão três encontros por semana. De acordo com o
jornal Folha de S.
Paulo, o STF já cogita mudar o calendário como forma de compensar o
atraso de um dia. A intenção é permitir que Cezar Peluso, que se aposenta em 3
de setembro, tenha tempo para votar.
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