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sexta-feira, 7 de março de 2014

PF prende seis mulheres de classe média acusadas de traficar drogas

Mariana dos Santos, de 18 anos, moradora de Laranjeiras, presa pela PF acusada de tráfico de drogas Foto: Reprodução / FacebookDepois de uma investigação que durou três meses, policiais federais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal do Rio desarticularam uma quadrilha de tráfico de drogas e armas que usava estudantes de classe média da Zona sul do Rio como "mulas". Nove pessoas foram presas na operação, que foi deflagrada na noite desta quinta-feira e contou com a participação de agentes Polícia Rodoviária Federal. Entre os detidos estão seis mulheres moradoras de endereços nobres no Leblon, Ipanema e Laranjeiras. Houve prisões ainda em Minas Gerais e no Paraná.
A droga, principalmente pasta base de cocaína e crack, era trazida da Colômbia e do Peru. Depois de atravessar a fronteira, os entorpecentes seguiam até entrepostos nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo antes de chegar ao Rio. Ao todo, segundo informou a PF, foram apreendidos 25 quilos de pasta básica de cocaína e três pistolas CZ calibre .40. A cocaína seria distribuída principalmente para viciados no asfalto.
A estudante Mariana dos Santos, de 18 anos, era a responsável pelo aliciamento de garotas jovens de classe média do Rio para o transporte da pasta base de cocaína para o Rio. Elas recebiam até R$ 2 mil, passagens e usavam ônibus que partiam da Rodoviária Novo Rio. A droga viajava escondida dentro de garrafas de vodca. Mariana foi presa no início da noite de quinta-feira em sua residência, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Os chefes da quadrilha, também presos, eram Raul Melo Pimenta dos Santos e Iran Colle Farias Junior. Iran foi condenado a mais de 31 anos de prisão por assaltos, receptação, furto e formação de quadrilha. O que mais chamou a atenção dos policiais federais, é que muito embora Iran tivesse que cumprir pena em regime fechado até julho de 2031, ele conseguiu autorização para cumprir pena domiciliar, com uso de tornozeleira.
— Ele foi autorizado em 2012 a cumprir pena domiciliar. Mas passou a sair de casa e até viajar, passando a ser considerado foragido da Justiça — disse um policial federal que participou das investigações.
Raul, o outro chefe da quadrilha, foi preso no Rio, mas morava no Paraná. Segundo a PF ele era o responsável por receber a droga e prepará-la para o transporte das "mulas". Ele usava entreposto também em Minas Gerais e em São Paulo, de onde carregamentos de crack embarcavam para o Rio.
Durante a operação foram presas ainda Michele Zaninotto Laje, Driele Joyce Vitorino do Nascimento, Thamyres Yane Silva dos Santos, Italia Lourentino da Silva, Graziela Magdalena Oliveira dos Santos e Adriana de Paula Moreira. Como as investigações continuam no Rio, com foco a identificar outras traficantes que atuam no asfalto na Zona Sul, os policiais federais não revelaram detalhes, como endereços dos presos e documentos apreendidos durante a operação batizada de “Durga”, uma referência à deusa hindu descrita como uma mulher de dez braços carregando armas.
EXTRA

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