Os pescadores que trabalham na região da Ilha de
Maré, em Salvador, acusam a Petrobras de “abandonar” antigas tubulações usadas
em plataformas de extração de petróleo. De acordo com o presidente da Federação
de Pescadores e Marisqueiras da área, Antônio Jorge, no final de 1990 a estatal
paralisou e fechou os poços da região e derrubaram as plataformas. Mas parte
das estruturas não foi retirada. “Quando eles desativaram as plataformas, ao
invés de retirar a sucata, jogaram tudo debaixo d’água. Nós começamos a
reclamar e eles tiraram uma parte. Mas hoje eles dizem que o resto não pode ser
recolhido por ter se tornado parte do habitat natural”, conta Jorge. O
presidente da federação afirma que além da contaminação da água, provocada por
resíduos das tubulações, as estruturas também estão danificando os materiais
dos pescadores. “As tubulações ficam destruindo redes e aviamentos dos
pescadores. Se você colocar um mergulhador lá, vai encontrar várias redes
enroladas. Fora que quando a maré está baixa, elas ficam expostas e podem
estragar barcos pequenos de fibra ou madeira”, detalhou o pescador. Segundo
ele, os órgãos ambientais não tiveram nenhuma iniciativa para reverter a
situação da região. “Dizem que virou habitat natural. Não sei porque jogaram no
fundo do mar, era pra ser retirado. A maior parte das estruturas de concreto
foram deixadas no mar. Mar é pra ter coral e peixe. [...] [Mas] Esses órgãos,
quando chegam, dão a licença ambiental e que se dane o pescador”, criticou.
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