Chegou a minha vez de
falar sobre o episódio ocorrido na manhã deste domingo (30), na Central de
Flagrantes de Parnaíba, onde no exercício de sua função como Repórter
Cinematográfico, o meu colega de trabalho Juciê Machado teve seu material de
trabalho a câmera apreendida e em seguida foi conduzido ao interior da
delegacia.
A ordem de apreensão
partiu do famoso Delegado Eduardo Aquino de Araújo, que no exercício de sua
função considerou que o cinegrafista desrespeitou sua ordem de desligar o
equipamento de filmagem, no momento em que a equipe de reportagem estava
gravando uma entrevista com um suspeito de necrofilia.
Juciê disse que o
delegado Eduardo Aquino ordenou que policiais civis e militares o conduzissem
até o interior da delegacia, onde ele seria ouvido em TCO (Termo Circunstancial
de Ocorrência) por um suposto desacato de autoridade.
O que chama a atenção
para este caso, é que o local onde o delegado disse que é proibido a realização
de material jornalístico, é a sala de recepção da Central de Flagrantes onde já
foram realizadas várias reportagens, pelos mais diversos veículos de
comunicação desta cidade e do estado e nunca uma autoridade policial
advertiu que era proibido. Porque só agora, houve esse estardalhaço todo? Como
se a equipe da TV estivesse cometendo algum crime.
Embora não tenha sido
levado para a justiça, o mesmo delegado Eduardo Aquino ficou conhecido em Canto
do Buriti no sul do estado, por um suposto comportamento de tortura contra o
operário Marcos Antônio de Carvalho em 2011. De acordo com uma reportagem
publicada no Portal AZ o delegado foi acusado pela vitima de torturar e o
ofender, após uma briga de casal. Na ocasião Eduardo Aquino disse ao site, que
era inocente e que estava sendo vitima de uma armação.
Diante de tudo isso,
os profissionais que fazem a imprensa em Parnaíba cobram uma posição do
Delegado Regional Rodrigo Moreira, afinal a imprensa tem sido parceira da
polícia em diversas ações contra o crime, os papéis se inverteram? Não podemos
aceitar de maneira passiva esse comportamento autoritário de um delegado que
pelo que estamos vendo, não se envolve em polêmicas situações pela primeira
vez. Ora, a ditadura já foi banida deste país há anos não podemos aceitar o seu
retorno contra a liberdade de imprensa, o que posso garantir é que como está,
não vai ficar.
Tiago Mendes
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