PCC PLANEJAVA EXPLODIR PONTE DURANTE A COPA, REVELA ESCUTA
Uma
escuta feita pelo SPF (Sistema Penitenciário Federal) revelou que
membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) planejavam
ataques a rodovias paranaenses para bloquear o tráfego por terra à
cidade, uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil. A conversa foi
interceptada em setembro de 2013 pelo órgão, ligado ao Ministério da
Justiça, e distribuída via relatório para as secretarias estaduais de
Justiça e Segurança Pública do Paraná.
Na
gravação, dois presos paranaenses que cumpriam pena no presídio federal
de Mossoró (RN) articulam um ataque a uma ponte da rodovia Régis
Bittencourt (BR-116), que liga Curitiba a São Paulo. Segundo o SPF, o
alvo era a ponte sobre a represa do Capivari, a 50 quilômetros da
capital paranaense.
Amaral
Ferreira Americano, 34, apontado como um dos líderes do PCC no Paraná,
sugere que a destruição da estrutura causaria grande prejuízo ao governo
e demoraria dois anos para ser reconstruída, impedindo o tráfego para a
região Sudeste do Brasil.
Americano,
conhecido como “Tio”, afirma ter desenvolvido o plano e deixado
instruções para que outros criminosos o colocassem em prática. “Deixei
tudo escrito lá pros caras desenrolar esse tipo de ideia no momento em
que nós saísse (sic) de lá”, diz ele a Sergio Aparecido Silva, o “Zé
Neguinho”, também apontado como membro da facção. “Tio” afirma que o
bando tinha oito meses para cometer o ato, ou seja, até junho deste ano,
quando ocorre a Copa do Mundo.
Os dois
presos foram removidos do Paraná para o Rio Grande do Norte em março de
2013, num mutirão que transferiu mais de 40 condenados ligados a facções
criminosas para o presídio federal. Americano foi transferido de volta
em fevereiro deste ano e atualmente cumpre pena na Penitenciária de
Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Silva continua em
Mossoró.
A
Secretaria de Justiça do Paraná informou que o caso já era de
conhecimento dos serviços de inteligência que atuam no Estado, mas que a
secretaria não vai comentar o assunto.
A SSP
ressaltou que “toda e qualquer atividade anormal no sistema prisional do
Paraná é monitorada por profissionais altamente qualificados dos
setores de inteligência” e que “as polícias do Paraná estão preparadas –
com armamentos, profissionais qualificados e treinamentos adequados –
para atuar e garantir a segurança de todos durante a realização da Copa
do Mundo em Curitiba”.
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