O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou, nesta terça-feira (4), que desconfia das doações que estão sendo feitas para ajudar os condenados no processo do mensalão a pagar as multas.
O ministro vê indícios de lavagem de dinheiro no sistema de arrecadação e sugere que o Ministério Público deve investigar a origem dos recursos que estão sendo doados.
— Eu acho que está tudo muito esquisito. Essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar.
Mendes disse ainda que basta “ler os sinais” para suspeitar de irregularidades. Ele citou a oferta de emprego que o ex-ministro José Dirceu recebeu, com salário de R$ 20 mil. O ministro desconfia porque outros setores estão se dispondo a ajudar pessoas condenadas por corrupção.
— Há esse discurso agora de julgamento político. Que um eventual condenado tente descaracterizar a legitimidade da condenação é compreensível. Agora, outros setores, a gente tem que ficar desconfiado. Então, se a gente olha, coleta de dinheiro, esse tipo de manifestação, serviço num hotel que pertence a alguém no Panamá por R$ 20 mil, se a gente soma tudo isso há algo mais no ar. Está estranhíssimo.
Para o ministro, é estranho que pessoas condenadas por desviar recursos públicos estejam “festejando coleta de dinheiro” e criticou o fato das doações estarem sendo noticiadas como fatos “corriqueiros”.
Mendes deixou claro que espera que o sistema de doações sejam investigado.
— Há algo de grave nisso. E precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção.
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