Tudo começa num confronto no hospital.
"Você trocou a fechadura da sua porta de novo, eu não consegui entrar! Você não pode me descartar assim", dirá o enfermeiro.
"Eu estou cheia de levar surra, tapão na cara, tá pensando o quê? Eu não nasci pra saco de pancadas", rebaterá a nutricionista.
"Não me provoca! Tem coisas minhas no seu apê!"
"Eu faço uma mala e você vai buscar depois. Agora eu estou trabalhando, dá licença", pedirá Marilda.
"Socorro! Ele vai matar a Marilda!", dirá Ordália.
O enfermeiro Ailton (Cassiano Barreto) surge e segura Ivan.
"Marilda, você tem que ir pra delegacia prestar queixa", implorará Ordália.
"Eu não sei, ele vai ficar com ódio de mim", responderá a nutricionista.
"A Lei Maria da Penha existe pra te proteger", insistirá Ordália.
"Eu vou chamar a polícia. Vocês segurem o Ivan", pedirá Joana.
"Eu ouvi os gritos vindos da cozinha e, quando eu cheguei, esse sujeito, o enfermeiro Ivan, tava dando uma surra na Marilda. Se não fosse o Ailton ali, eu nem sei o que teria acontecido...", relatará Joana.
"A senhora confirma essa versão, dona Marilda?", questionará o delegado.
Assustada e tentando botar panos quentes, Marilda vai dizer que Ivan se exaltou um pouco.
"Marilda, chega de defender esse delinquente! Dia sim, dia também você aparecia roxa no trabalho, dizia que tinha se machucado nisso e naquilo. Mas todo mundo sabia que você apanhava desse ogro", dirá Joana.
"Apanhava e gostava. Toda mulher gosta", rebaterá Ivan.
"Não... eu nunca gostei de apanhar. Eu gostava de você, Ivan, achei que a gente podia dar certo. Mas eu vi que não era essa a vida que eu queria pra mim", confessa Marilda.
"Dona Marilda, casos como o da senhora acontecem todos os dias, e vão continuar acontecendo se não houver quem denuncie. Felizmente o garotão aí foi pego em flagrante e caiu na Maria da Penha", dirá o delegado, que vai mandar os policiais levarem Ivan para a cela.
"Não, vocês não podem fazer isso comigo! Me larga. Marilda, eu vou sair daqui e a gente vai acertar as contas. Vocês todos vão pagar muito caro!", ameaçará o enfermeiro.
"A propósito, no hospital você não entra mais. Tá demitido. E no que depender de mim, não trabalha mais em hospital nenhum", concluirá Joana.
À noite, na saída do hospital, Marilda vai agradecer Ailton pela ajuda.
"Foram meses e meses apanhando, mas eu sempre achava que ele ia mudar. Agora eu tenho até medo de ir sozinha pra casa, medo que ele apareça... eu sei que ele tá na cadeia, mas vai pagar fiança, vai ser solto, e eu tenho medo que ele se vingue."
"Eu te acompanho", dirá Ailton. "Eu acompanho todas as noites, se precisar."
(folha.uol.com.br)
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