O juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de São
João de Meriti, na Baixada Fluminense, condenou o pastor Marcos Pereira da
Silva a 15 anos de prisão por estupro. Segundo os autos, o crime foi cometido
no final de 2006 contra uma seguidora nas dependências da igreja Assembleia de
Deus dos Últimos Dias.
"As testemunhas ouvidas relatam com
firmeza como o acusado é uma pessoa manipuladora, fria, só pensa em si,
utilizando-se das pessoas para satisfazer seus instintos mais primitivos e de
forma promíscua, utiliza da boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e
por tudo que dos autos consta, julgo procedente a pretensão punitiva para
condenar Marcos Pereira da Silva", diz a sentença, segundo o TJ-RJ
(Tribunal de Justiça do Rio).
Procurado, o advogado de defesa do pastor,
Marcelo Patrício, não atendeu às ligações da reportagem do UOL. Pereira está
preso desde o dia 8 de maio no presídio do complexo de Gericinó, em Bangu, zona
oeste do Rio. Em audiência à Justiça, o pastor negou o estupro e acusou pessoas
ligadas à ONG AfroReggae de convencer a suposta vítima e outras que foram
ouvidas a fazerem as acusações.
Na semana passada, o MP-RJ (Ministério Público
do Estado do Rio de Janeiro) denunciou o pastor Marcos Pereira e Márcio
Nepomuceno dos Santos, conhecido como "Marcinho VP", pelo crime de
associação ao tráfico. O órgão solicitou ainda o pedido de prisão preventiva
dos dois.
Segundo o promotor Alexandre Murilo Graça, a
associação dos denunciados para o tráfico de drogas começou em 1993, época em
que o religioso fazia trabalho de evangelização em presídios, delegacias e
comunidades dominadas pelo tráfico. Já Marcinho VP começava a ascender na
estrutura do "Comando Vermelho", organização da qual é um dos
principais chefes.
O pastor, como aponta a denúncia, começou como
"pombo correio", levando ordens de chefes do tráfico que estavam
presos para as comunidades onde atuavam, aproveitando-se do fato de ter acesso
aos presos. Nas comunidades cariocas --principalmente nos complexos do Alemão e
da Penha-- outros religiosos eram ameaçados e impedidos de realizar seus cultos,
o que fortalecia a igreja de Pereira.
Fonte: http://www.uol.com.br
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