O torcedor do Corinthians baleado durante uma blitz na cidade de Santo Estêvão, na região de Feira de Santana, na Bahia, recebeu alta médica na tarde deste domingo (29).
Segundo informações do Hospital Clériston Andrade, onde ele estava internado, Raphael Machado já havia recebido alta na sexta-feira (27), mas retornou à unidade hospitalar no sábado (28) com dores na região onde foi atingido. Por conta disso, o médico do hospital preferiu manter o jovem em observação.
Ele deixou a sede do hospital por volta das 12h deste domingo e seguiu em uma viatura para o Complexo Policial Investigador Bandeira, onde aguarda para ser transferido para o Presídio Regional de Feira de Santana, onde ficará à disposição da Justiça.
Alex Nascimento da Silva, suspeito de participar da troca de tiros com policiais juntamente com Raphael Machado Castilho de Araújo, recebeu alta médica na quarta-feira (25), informou a Secretaria Estadual de Saúde na Bahia (Sesab). Ele estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde foi submetido a uma drenagem no tórax após ser baleado no conflito com a polícia.
No mesmo dia da alta, Alex foi encaminhado para Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, onde ficará custodiado no presídio.
Confissão
Raphael Machado Castilho de Araúj confessou em entrevista à TV Subaé, afiliada da Rede Bahia, no dia 23 de setembro, ter efetuado disparos contra policiais. O caso aconteceu na na sexta-feira (21), quando ele e um colega foram baleados.
Raphael Machado estava entre os corintianos que ficaram detidos na Bolívia após a morte de um adolescente em um jogo realizado pela Libertadores no estádio Jesús Bermúdez, na cidade de Oruro.
Em entrevista ele afirma que, após se desentender com a mãe em São Paulo, se mudou para a Bahia, onde morava com o avô há pouco mais de um mês. No entanto, ele diz que também brigou com o avô e precisou alugar uma casa para morar sozinho na cidade de Santo Estêvão.
Segundo ele, devido às dificuldades financeiras, realizou um assalto para se sustentar. "Vendi meu celular. Só que só tinha o dinheiro do celular e ele foi para o aluguel da casa. Depois não tinha o que comer, não tinha nada em casa. Aí eu pedi para um menino arrumar um serviço pra mim e ele veio com essa ideia de assalto. Eu peguei e fui", afirma.
Segundo a Polícia Militar, Raphael e Alex Nascimento da Silva, seu colega, foram baleados porque um deles teria atirado contra uma viatura. A polícia afirma que a motocicleta na qual os dois estavam tem registro de roubo e foi apreendida, junto com um revólver que estaria com eles. Nenhum policial ficou ferido na troca de tiros.
"Eu estava atrás da moto e o menino estava pilotando. Ele se apavorou e eu fiquei apavorado porque os polícia [sic] veio mandando para eu parar, apontando a arma, e eu estava com a arma e nós tava [sic] com a moto roubada. Foi quando eu me apavorei e joguei fogo contra eles", afirma o torcedor corintiano.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, Raphel vai responder por porte ilegal de arma, resistência à prisão e tentativa de homicídio contra policiais. A polícia está investigando se ele teve participação em outros assaltos na região. A delegacia de Santo Estêvão informou que aguarda posição da Justiça para definir o destino do corintiano depois que ele deixar o hospital.
Raphael Machado foi libertado pelo governo boliviano e chegou ao Brasil em 9 de junho. Na Bahia, ele voltou a afirmar que não teve participação na morte do adolescente na Bolívia. "Tinha cinco que estavam fora do estádio. Eu era um dos cinco. Eu também estava com o braço quebrado. Na hora que aconteceu a tragédia com o menino eu não estava nem dentro do estádio", alega.
Família
Com Raphael, a polícia encontrou documentos que comprovam a entrada e saída dele na Bolívia. Também foi encontrada uma carteira da torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, em nome de Raphael. O caso foi registrado no Complexo Policial de Feira de Santana.
Por telefone, a mãe do jovem falou ao G1 que não entende o que pode ter acontecido e que viaja para a Bahia a fim de conversar com o filho e acompanhar sua recuperação. A família mora em Praia Grandex, no litoral de São Paulo.
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