
Foto: Foto Angelino de Jesus / OAB-BA
O
presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB-BA), Luiz Viana Queiroz, afirmou ser “muito importante que a OAB
formalizasse, através de um diagnóstico, a situação do Judiciário no
estado”, em almoço de comemoração dos 81 anos da Ordem na Bahia, nesta
quinta-feira (11), no restaurante Barbacoa. Segundo o mandatário, foram
analisadas as condições locais do acesso à Justiça e o tribunal baiano
não foi comparado com os de outros estados. O estudo, para Viana, é um
ponto de partida para buscar melhorias. Em discurso, ele declarou que a
OAB sempre atuará de forma crítica, para que a Justiça no Estado saia
da precariedade. A ideia da mesa permanente é reunir periodicamente para
discutir questões conjunturais e estruturais. “O desembargador Mario
Alberto Hirs (presidente do TJ-BA) afirmou que está engessado com o
limite de 5,7% do recurso para pagar pessoal e que o estado da Bahia é
pobre e que com 5,7% mantém o que é preciso. A OAB quer participar dessa
discussão estrutural também. Se não tem dinheiro, a gente quer ajudar a
encontrar o caminho para ter. E ele está onde? É no governo do estado? É
no governo federal? É preciso bater na porta da União e pedir o
recurso, já que o governo do Estado não tem”, afirmou. Viana também
disse que é preciso um planejamento estratégico para que, daqui a 10
anos, o tribunal baiano possa ser o melhor do país. “É preciso uma
articulação macro, que envolva o Congresso Nacional, porque não dá para
ficar nesse limite estadual de 5,7% para pessoal. Vamos tentar aumentar
para 8%", projetou. O presidente da seccional baiana ainda avalia que é
preciso melhorar a gestão do que pode ser feito com o limite imposto
atual e diz que existe um problema de gestão dos conselhos e das
corregedorias que impede melhoras no serviço já prestado. Ele pontua que
o concurso em andamento para provimento de 99 vagas para juízes não
será suficiente para melhorar o atendimento da Justiça, já que seriam
necessários 289 magistrados em todo estado para chegar a uma cota ideal
de atendimento nas comarcas. A nomeação dos novos magistrados ainda
deixará um déficit nas varas ociosas. Sobre as acusações de corrupção
nos corredores do TJ-BA e as correições realizadas pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), Viana sai pela tangente. Segundo ele, a Ordem
“não vai sair jogando pedra na vidraça, mas vai atuar com
responsabilidade, recebendo indícios e provas de irregularidades para
encaminhar ao CNJ”, sem “dizer frases genéricas” sobre corrupção. Ao se
referir a um pedido de Hirs para ajudá-lo a combater uma "campanha
contra o Judiciário da Bahia", o presidente da OAB-BA assegurou que não
vai abrir mão de ser crítica e apontar soluções para os problemas da
Justiça.
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