Torcida da Penapolense durante jogo noturno pela Série A-2 do Paulista
A primeira divisão do Paulista de 2013 não será apenas feita de clubes experientes. Das 20 agremiações confirmadas, há uma que fará sua estreia na Série A-1. Aos 68 anos e após idas e vindas nas divisões inferiores, o Clube Atlético Penapolense chega na elite estadual amparado pela prefeitura, torcida e até mesmo pela musa Sabrina Sato.
Natural de Penápolis, a integrante do programa Pânico se declara torcedora do CAP – como o clube também é chamado – e foi nomeada embaixadora da equipe em outubro deste ano. A artista garantiu grande visibilidade à equipe e é descrita como fundamental para angariar patrocínios para o time, que sempre reclamou de não ter facilidade para encontrar fontes de renda na região, considerada pouco rica e longe dos grandes centros (a cidade fica a 480km de São Paulo).
“Sabrina é uma jovem simpática e com uma forte ligação com o clube, já que o avô dela foi presidente do CAP na década de 50. Ela está abrindo portas no meio do marketing para nós e também em questões fora do futebol. Mas o jogador que vem para o clube não está aqui por causa dela. Ele vem porque a equipe está em ascensão”, afirmou Nilso Moreira, presidente do clube, em entrevista por telefone ao ESPN.com.br.
Agência Estado
Sabrina Sato: musa ajudou Penapolense no marketing
E quando o dirigente fala em ascensão não se refere apenas ao acesso inédito à Série A-1 ou ao fato de ter Sabrina Sato como chamariz para os patrocinadores. Em quatro anos, o clube aumentou em mais de vinte vezes o orçamento, conseguiu um Centro de Treinamento de qualidade para acomodar atletas e comissão técnica e se tornou ponto de desembarque para atletas com rodagem pelo interior paulista e de outras partes do Brasil.
Em 2008, quando Moreira assumiu o comando do clube, o orçamento anual era de 200 mil reais. Segundo as projeções, o balanço de 2012 deve fechar com receitas batendo na casa dos R$ 2 milhões. E para 2013, a meta é ter 5 milhões de reais para os doze meses do calendário.
“Esta é uma estimativa. A Federação Paulista de Futebol nos ajuda com cerca de R$ 1,9 milhão e estamos próximos de fechar com outras fontes de renda para chegar no valor pretendido. E temos ainda a forte ligação da torcida com o clube. Os torcedores ajudam na medida que adquirem carnês para as partidas do Estadual”, disse Moreira, que deve gastar entre R$ 250 mil e R$ 300 mil em salários para jogadores e comissão técnica.
O CT ‘corintiano’ e a ajuda da prefeitura
Praticamente um ano após conquistar o acesso da terceira para a segunda divisão paulista, o Penapolense deu um passo além e conquistou a vaga na elite. O objetivo foi alcançado no embalo do uso de um Centro de Treinamento franqueado pelo Corinthians em Penápolis (o clube da capital emprestava material esportivo e o 'nome', e ficava com a preferência na escolha de revelações).
O local, com acomodações, piscina, campos de futebol e ginásio, foi arrendado por pessoas ligadas à diretoria. O clube é o principal usuário do local – nas palavras do presidente, “O CAP existe para o CT e o CT existe para o CAP, que depende muito dele”.
Divulgação/Penapolense
Piscina no Centro de Treinamento da Penapolense
O estádio no qual o clube manda os jogos – o Tenente Carriço – foi reformado após a equipe conquistar vaga para a Série A-1. A conta foi totalmente paga pela prefeitura, dona do local. “A prefeitura não pode ajudar financeiramente porque o clube é profissional. Mas ajudou com o estádio, que foi ampliado para receber 15 mil torcedores, além der ser pintado e ter vestiários novos. Gastaram cerca de R$ 2 milhões e isso já foi de grande colaboração”, explicou Moreira.
Atletas com experiência no elenco
Para o Paulista-2013, o clube já contratou 16 reforços. Os mais conhecidos são o goleiro Marcelo (ex-Corinthians, Atlético-MG e Bahia), o zagueiro Gualberto (ex-Palmeiras), o volante Anderson Carvalho (revelado pelo Santos e que estava no Japão) e o meia Francismar (revelado no América-MG e com passagem pelo Cruzeiro).
Questionado sobre como o clube consegue atrair jogadores mais experientes mesmo sendo caçula na 1ª divisão, o presidente Nilso Moreira apontou a fama de bom pagador como um dos motivos. “Pagamos em dia e damos prêmios por conquistas. O relacionamento entre jogadores e diretoria é honesto. Quebramos esse paradigma de que atletas preferem, no estado de São Paulo, atuar na capital e na região de Campinas e Ribeirão Preto”, disse ele, reeleito em dezembro para mais dois anos no cargo após ninguém querer se candidatar.
“Não queria me candidatar novamente, mas fui forçado pela situação. Até mudamos o estatuto do clube. Para mim é difícil e cansativo ser presidente, porque com as condições da Penapolense é sempre preciso se desdobrar para conseguir dinheiro."
Fonte: http://espn.estadao.com.br/noticia/
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