O motorista Eider Ferreira de Souza, 49
anos, não conseguiu sustentar a farsa inventada para esconder que matou e
ocultou o corpo da neta de consideração, no sítio dele, em Lauro de Freitas, no
último dia 8. Anteontem à noite, após entrar em contradição várias vezes, ele
confessou na Delegacia de Itinga (27ª DT) que matou Juliana Conceição Avelino,
16, a pauladas e escondeu o corpo em uma fossa no sítio.
Eider é casado com a avó de Juliana há
30 anos. O motorista disse que cometeu o crime após discussão que teria
começado por causa de uma chantagem da neta. “Ela estava pedindo R$ 300 para
pagar o aluguel de uma casa onde ia morar com uma amiga. Disse que se eu não
desse, ela ia inventar para a Itinga inteira que eu estava abusando sexualmente
ela”. A versão inicial dele foi a do sequestro de Juliana. Um homem armado com
uma pistola teria chegado em uma moto vermelha e obrigou a jovem a subir na
garupa. No último dia 9, o pai da vítima registrou a queixa e Eider ainda
acompanhou as buscas.
“Ele era ouvido por diferentes
policiais e percebemos as contradições. Ontem (anteontem), ele acabou
confessando”, conta o titular da 27ª DT, Jacinto Alberto. “Amigas da vítima
disseram que ela se queixava que acordava com o avô alisando as partes íntimas
dela toda vez que dormia no sítio”, completa.
Povo está revoltado
A fossa onde o corpo da vítima foi
colocado tem três metros de profundidade e dois de comprimento. Uma tampa de
concreto com cerca de 100 kg cobre o local. Segundo Jacinto Alberto, Eider
cavou um buraco ao lado da fossa e empurrou o corpo por debaixo. “O corpo
estava sem roupas, com um arame farpado enrolado no pescoço. Vamos solicitar
exame para saber se houve relação sexual. Eider nega. Ele disse que tirou as
roupas para não ficarem retidas na fossa”, relata. Cerca de 300 pessoas
acompanharam o trabalho da polícia. “Foi necessário chamar reforço policial.
Queriam fazer justiça com as próprias mãos”, conta o delegado. Um tio de
Juliana, que preferiu não se identificar, contou que Eider era uma pessoa acima
de qualquer suspeita. “Não sei por que ele fez isso. Juliana era uma menina
boa. Era da escola para casa”, lamenta.
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