EMAIL:

ilmarvieirajunior@hotmail.com

NOSSOS SEGUIDORES

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pequenos produtores vão ocupar aeroporto de Ilhéus na próxima sexta-feira

Está oficialmente confirmado. Pequenos produtores dos municípios de Ilhéus Una e Buerarema, no sul do estado, que tiveram nas últimas semanas suas propriedades rurais ocupadas por supostos índios Tupinambá vão ocupar o Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, na próxima sexta-feira (10), impedindo embarque e desembarque de passageiros no terminal. A medida tem por objetivo chamar a atenção das autoridades para um grave conflito de terras entre as localidades de Japu e Serra das Trempes onde, no momento, 20 fazendas estão ocupadas. “As vítimas estão nos procurando e a nossa entidade está fazendo o papel que cabe ao estado”, revela Luiz Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema, para justificar a medida extrema. “O governo tem que vir sentar à mesa e fazer o seu papel. Isso já não nos cabe mais fazer. Por isso vamos ocupar o aeroporto. Pra ver se eles nos enxergam”, assegura.
Uaquim acusa o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), entidade ligada à Igreja Católica, e a própria Fundação Nacional do Índio (Funai) de montarem um esquema de ocupação de áreas muito próximas a outras. O governo define como omisso. “O Cimi, inclusive, articula armas e mantimentos para incentivar as ocupações”, acusa. “Por isso queremos buscar a presença das autoridades baianas. A situação está ficando insustentável”, completa. Nesta segunda-feira (06), por exemplo, a Força Nacional e a Polícia Federal estão mobilizadas em duas tentativas de reintegração de posse. “O que estão fazendo com os nossos produtores não é ocupação de terras. É ocupação de residências, pessoas armadas e mascaradas, que ameaçam, dão tiros, amedrontam pessoas idosas e que não têm outro lugar pra ir”, afirma Luiz Uaquim.
Ele apresenta um depoimento em forma de “Termo de Declarações” emitido pela Polícia Federal onde José Domingos Sena Santos, identificado por Uaquim como um ex- membro do grupo que articula as ocupações acusa o movimento de ser criminoso. Na PF, José Domingos, informa que as ocupações têm a participação da FUNAI, que estaria cadastrando “falsos índios” e que o cacique Babau, que já esteve preso pela própria PF, utiliza contas bancárias de terceiros para depositar o dinheiro oriundo da venda da produção de áreas invadidas. José Domingos teria rompido com Babau, após o líder ter ocupado uma fazenda que estava sob sua responsabilidade. “Foi um desentendimento interno, briga de poder entre eles e o ex-membro nos procurou para denunciar tudo”, explica Uaquim.
Os números apresentados pela Associação explicam por si só o porquê da escolha das áreas hoje ocupadas. Juntas, as suas produções representam um faturamento de 36 milhões de reais por ano e uma renda per capita de 800 reais. Ela está inserida na área reivindicada pela Funai para índios Tupinambá. São cerca de 30 mil hectares reivindicados na Justiça Federal.
Luiz Uaquim revelou ainda, com exclusividade ao Jornal Bahia Online, que além da ocupação do Aeroporto, um novo movimento já está sendo articulado para que as famílias retiradas de suas propriedades ocupem as instalações do Ministério Público Federal. “Desta forma vamos dizer às autoridades que estas pessoas humildes não têm sequer para onde ir”, justifica. Para a ocupação da próxima sexta (10), cerca de mil pequenos agricultores estão mobilizados. “Poderia ser bem mais. Mas muitos estão com medo de sair da propriedade e quando voltarem não serem mais donos delas”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEJAM BEM VINDOS E VOLTE SEMPRE