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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Delúbio não pode ser condenado pelo que não fez! Afirma advogado de defesa


              
Segundo o advogado, Delúbio Soares "se associou ao Partido dos Trabalhadores a fim de realizar um sonho". O advogado de Delúbio Soares coloca a tese de que houve, sim, caixa dois, e que seu cliente não nega este fato. "(O dinheiro era transmitido 'em cash') porque era ilícito. O PT não podia fazer uma transferência de dinheiro que não tinha entrado nos seus livros. Isso foi assumido."

Malheiros reafirma que não havia relação dos saques e dos pagamentos com as votações no Congresso Nacional. "Se houve traição, o PT podia se dizer um traído feliz. Porque quanto mais traído era, mais dinheiro mandava? É porque não há relação entre as duas coisas", destaca. O advogado de Delúbio Soares sustenta que o dinheiro em questão era para financiamento de campanha eleitoral, e não para a compra de apoio político, como afirma a defesa. "Setenta e nove parlamentares prestaram depoimentos nesses autos. Souberam ou ouviram falar de recebimentos de recursos? Dezoito de 79. Informaram que os recursos eram destinados para financiamento de campanha? Todos os 18. Informaram que os recursos eram destinados a compra de votos? Zero."

Malheiros entrega a versão impressa de seus slides - cuja projeção foi proibida - para os presentes no plenário. O advogado de Delúbio Soares também cita a votação da reforma tributária, que é colocada pelo Ministério Público como uma dos exemplos de votações que teriam sido feitas com apoio pago pelo PT. "O PL, cuja transferência seria suspeita, tendo três senadores (na bancada), um só votou no primeiro turno e, no segundo turno, votaram dois", diz

Malheiros afirma que não há provas contra seu cliente e que a acusação é "mal imputada". "Não se diz o que em troca do que. Nada disso é detalhado. O que se põe hoje, a pretexto de que a prova é difícil, é o acusado na prova diabólica, na prova do negativo", afirma. Ele acrescenta também que "se toda a benéfice dada a um funcionário público fosse corrupção, os ministros do Supremo seriam todos condenados", citando que os integrantes do STF recebem, por exemplo, livros jurídicos de editoras.

Segundo o advogado, "um governo conquista solidez com a partilha do poder, não com dinheiro". "Delúbio nunca se envolveu com essa questão do jogo político. O problema dele era providenciar dinheiro para custear campanhas", afirma. Ele fala sobre o acordo na campanha de que o PT ficaria com 3/4 da verba, enquanto o PL ficaria com 1/4. "Na origem de tudo, muito antes de haver um governo Lula, quando ainda se estruturava a chapa que iria disputar a campanha, se forma uma aliança e se estuda a divisão de verbas para custeio de campanhas", diz.

O advogado de Delúbio Soares começa a relatar o que chamou de "semente" do que hoje é o julgamento do mensalão. "Tudo começou na construção da chapa Lula-Alencar", afirma. "Os dois, Lula e José Alencar, continuaram trabalhando a aliança com o PL. Quando tudo parecia fechado, amarrado, Alencar assinou a ficha do partido. Na última hora ainda houve problema e quase tudo deu errado. José Dirceu e Valdemar Costa Neto chegaram a redigir uma nota em que a aliança estava desfeita."

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