O ministro da Fazenda, Guido Mantega, detalhou nessa quarta-feira o 'PAC de compras do governo'. No total, serão investidos R$ 8,534 bilhões na compra de ambulâncias, furgões odontomóveis, vagões de trens urbanos, motocicletas, perfuratrizes para perfuração de poços, entre outros.
Desse total, parte já estava prevista no Orçamento de 2012 e R$ 6,611 bilhões são compras adicionais liberados por meio de uma Medida Provisória. Essas aquisições, de acordo com ele, serão concentradas no segundo semestre do ano. "Com isso, o PAC total de 2012 subirá de R$ 42,6 bilhões para R$ 51 bilhões. É o maior PAC que já fizemos e vamos procurar implementá-lo integralmente", disse o ministro.
Compras
Para as escolas, serão adquiridos 8.570 ônibus por R$ 1,714 bilhão, equivalentes a 36% da capacidade produtiva do setor no País. Além disso, R$ 456 milhões serão destinados à compra de 3 milhões de peças de mobiliário escolar.
Incentivos
Ao anunciar o programa, Mantega, afirmou que as novas medidas fazem parte da estratégia do governo para estimular a economia, ampliar os investimentos e a demanda. Segundo ele, o objetivo também é aumentar a confiança na economia brasileira em um momento em que a confiança no mundo está bastante deprimida.
"A crise europeia continua piorando conforme todos têm observado. A crise deprime o crescimento da economia mundial, que estava em torno de 6% e agora será de cerca de 3% em 2012, portanto uma grande desaceleração", disse Mantega.
O ministro ressaltou ainda que o PAC Empreendimentos também fortalecerá parcerias com Estados e municípios. "Estas são medidas que vêm fortalecer a economia brasileira e nos ajudam a superar dificuldades criadas pela economia internacional. Neste momento, a economia brasileira já está crescendo de forma gradual", comentou.
Financiamento, Selic e dólar
O ministro da Fazenda salientou que a redução das taxas obtidas nos financiamentos, a queda da Selic e a desvalorização do real têm resultado importante sobre a economia. "Os custos em dólar estão caindo e a produção brasileira se torna mais barata e competitiva. Isso já está afetando as contas externas brasileiras e os produtos nacionais passam a custar menos no exterior", avaliou.
Para Mantega, a indústria, que tinha mais dificuldade para exportar, já poderá começar a se beneficiar do novo cenário. "Tanto a queda dos juros quanto a do câmbio vão continuar e isso vai provocar uma mudança importante na estrutura brasileira. Este é um processo que ainda não terminou, está apenas iniciando."
Outro dado apontado por Mantega é a queda da taxa de desemprego. "Estamos com o menor nível desde que a série histórica começou. Isso significa que a população tem cada vez mais empregos. A crise é conhecida pela população só pelos jornais. Na prática, não está se defrontando com essa crise, pois há emprego para toda a população", argumentou. O mercado de trabalho ainda vigoroso permite, na opinião do ministro, que a massa salarial continue crescendo.
Estadao/portal paulista online
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