O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) está "tranquilo", "sereno" e "pronto" para a sessão do Conselho de Ética do Senado marcada para esta segunda-feira (25),informou o advogado Marcelo Turbay, que integra a equipe de defesa de Demóstenes. O conselho deve decidir se o senador quebrou o decoro parlamentar e se o mandato deve ser cassado por conta da relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Nesta segunda, o relator do processo disciplinar sobre Demóstenes apresentará seu parecer, que pode indicar sanção que vai desde censura até a perda do mandato.
"O senador está tranquilo, está sereno, e consciente de que foi um trabalho bem feito. Quando ele teve oportunidade, falou com clareza, deu todas as explicações. Ele está pronto", afirmou Turbay, em referência ao depoimento de mais de cinco horas no Conselho de Ética no qual Demóstenes negou ter conhecimento sobre atividade ilícitas de Cachoeira.
O conselho apura se Demóstenes Torres usou o mandato para tentar beneficiar o bicheiro, preso no fim de fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Investigação da PF relata conversas entre Cachoeira e Demóstenes sobre projetos de lei e aponta que o senador ganhou um celular habilitado nos Estados Unidos para falar com o bicheiro. Demóstenes admitiu que Cachoeira pagava a conta de um dos celulares dele, mas se disse "traído" pelo bicheiro, de quem se disse amigo.
Ainda segundo o advogado Marcelo Turbay, a defesa ainda não decidiu se Demóstenes Torres vai comparecer à sessão do Conselho de Ética nesta segunda. Segundo ele, será uma "decisão de última hora". "Nossa inclinação é de que ele não vá, mas isso pode mudar na última hora."
Reunião do conselho
O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo sobre Demóstenes, vai ler nesta segunda o relatório que indicará a penalidade no processo disciplinar. Depois, será a vez da apresentação da defesa final de Demóstenes, que será feita oralmente por seus advogados.
Em seguida, os senadores votarão o relatório de Costa. A votação no conselho é nominal e aberta, ou seja, cada senador apresentará publicamente seu voto. São 16 senadores com direito a voto. O presidente do conselho, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), só vota em caso de empate.
Uma eventual penalidade a Demóstenes, se aprovada no Conselho de Ética, ainda precisa ser votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que avaliará a constitucionalidade do processo disciplinar, e no plenário, onde a votará será secreta.
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