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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Nayara: "Eloá sabia que ia morrer"


Amiga da jovem assassinada em outubro de 2008 foi a primeira testemunha de acusação a prestar depoimento no julgamento, que começou nesta segunda-feira; ela foi baleada após voltar para o cativeiro no dia do crime

Nayara chega ao fórum de Santo André para o primeiro dia de julgamento de Lindemberg Alves
Nayara chega ao fórum de Santo André para o primeiro dia de julgamento de Lindemberg Alves (Nelson Antoine/Fotoarena)

Antes da promotora Daniela Hashimoto começar a interrogar Nayara, Milena Dias repassou todos os episódios do caso com a testemunha - o que fez com que a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, reclamasse da atitude dizendo que aquilo nada mais era do que confirmar o que já havia sido dito. Ela foi repreendida pela juíza. De camiseta colorida, calça preta e tenis branco, Nayara Rodrigues da Silva, a primeira testemunha de acusação a depor no julgamento de Lindemberg Fernandes Alves, entrou na sala do Tribunal do Júri de Santo André por volta das 15 horas, cinco minutos depois do réu deixar o local algemado. Segundo a juíza Milena Dias, a ausência do réu foi um pedido das testemunhas.

Nayara contou que conheceu o réu e Eloá em 2008 e que, antes do término do namoro, a amiga nunca havia falado a respeito de agressões e ciúme do namorado. "Ele terminava o namoro sem explicações e, logo depois, pedia para voltar como se nada tivesse acontecido", contou Nayara. "Daquela última vez, ela disse que não queria mais, que estava cansada daqueles altos e baixos". A única agressão da qual Nayara soube aconteceu pouco mais de um mês antes do cárcere, quando Lindemberg bateu em Eloá num ponto de ônibus.
Com o fim do namoro, Lindemberg começou a perseguir a ex-namorada, passando de moto todos os dias na saída do colégio. "Ele nunca estacionava, mas sempre passava, como que mostrando que estava por perto", disse a adolescente. "Ela se sentia bastante ameaçada e um dia desviamos o caminho para contar para a mãe dela, que estava trabalhando, o que vinha acontecendo".
No dia do 13 de outubro de 2008, Nayara, Eloá, Iago Vilela de Oliveira, namorado de Nayara e colega de escola, e Victor Lopes de Campos, que também estudava no mesmo colégio, decidiram fazer o trabalho na casa de Eloá pouco antes do término das aulas. Os quatro estavam no apartamento quando Lindemberg entrou de arma em punho. "Ele ficou bastante surpreso quando nos viu lá", contou Nayara. "Falava que não era para estarmos ali. Que ia chegar, matar a Eloá e sair andando". Além do revólver calibre 32, Lindemberg mostrava um saco de balas e dizia que tinha bastante munição. Desde o começo, ele agrediu Eloá com tapas.
A polícia chegou no fim da tarde, depois que o pai de Nayara tentou entrar no apartamento e ficou sabendo do sequestro. "O Lindemberg dizia para o pai da Eloá que tinha bastante consideração por ele e por toda a família, mas que ela não ia sair viva de lá", lembrou Nayara. Segundo a adolescente, Eloá chegou a propor a retomada do namoro, mas Lindemberg não quis: "Ele dizia que tinha tentado conversar com ela várias vezes e que a Eloá não quis. Portanto, agora quem não queria mais era ele".

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