FENOMENAL…
Bem, talvez o amigo leitor nem saiba de quem estou falando ou nem imagina quem seja essa tal de Luíza. Calma, eu explico: num comercial de uma empresa imobiliária da Paraíba, o pai dessa jovem de 17 anos, Gerardo Rabello, colunista social, no lançamento do empreendimento falava das dimensões dos apartamentos e mostrava a família reunida ‘menos Luiza, que está no Canadá’. A frase caiu como uma ‘bomba’ nas redes sociais (twitter, facebook, etc.), piadas, vídeos e centenas de músicas foram feitas em cima da citação virando o bordão mais comentado do País, mania nacional. Mais admirado até que a música brasileira da moda: “Ai, se eu te pego”, ou quem sabe, do badaladíssimo estupro do BBB12. É difícil compreender. Mas é justamente o que acontece com o imediatismo midiático.
O jornalista Carlos Nascimento, âncora do Jornal do SBT, dominou as discussões das redes sociais, sexta-feira (27). O apresentador questionou a atenção dada à volta da estudante do Canadá e à repercussão do suposto estupro no programa BBB12, da rede Globo. Disse ele: “Ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos ou nós nos tornamos perfeitos idiotas. Porque não é possível que dois assuntos tão fúteis possam chamar a atenção do País inteiro. Primeiro, um programa de televisão em que se discute um estupro, que por si só já é um absurdo, negado por ambos protagonistas. Segundo, uma pessoa que ninguém conhece vira celebridade na mídia somente porque o nome apareceu milhões de vezes na internet. Luiza já voltou do Canadá… e nós já fomos mais inteligentes”, concluiu. Declarações de apoio e críticas ao comentário de Nascimento dividiram as opiniões dos milhares de internautas.
Dizem os entendidos que isso faz parte da ‘liberdade de expressão’. Creio que atualmente o fútil, o bizarro, os refrões diferentes ou bordões tomam conta do povo facilmente e se espalha como praga. Dias atrás o ‘Programa Fantástico’ levou quase dez minutos falando da música “Ai se eu te pego”, de autoria dos baianos Antonio Dyggs e Sharon Acioly, cantada por Michel Teló. Virou a coqueluche nas comemorações esportivas pelo mundo, tanto no futebol como no basquete e no tênis, invadiu até as fronteiras do mundo árabe, especificamente Israel.
Ah, já estava me esquecendo, o glamour por Luiza não para, no Globo Esporte (SP), por exemplo, Ivan Moré ao se despedir, saiu com essa “eu vou embora amanhã estou de volta (sic). Beijo a todos, menos pra Luiza que está no Canadá”. A cena é a mesma e segue tomando conta de shows e programas “A Tarde é Sua”, “Muito +”, “Programa do Ratinho” até o cantor Lenine no fim do show em João Pessoa disse “tá todo mundo aqui cara, menos Luiza que foi pro Canadá”.
Pensando bem, mesmo não sendo adepto, de que adianta ser contra o que a maioria adora? Não vale a pena, ainda mais quando isso se torna fenômeno do mundo inteiro. Alguns podem até questionar como a decadência da cultura, e devem ter razão. Mas fazer o quê? Culturalmente nada acrescenta, todavia diverte e, certamente, deve melhorar e muito o humor de muita gente. Aproveite Luiza, os seus 15 minutos, senão o Brasil te pega.
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