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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

JACKSON RECEBE JORNALISTAS DE DIFERENTES VEÍCULOS PARA JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO

Wagner revela discordância com PT na Câmara Municipal



O governador Jaques Wagner recebeu, na noite desta quarta (7), um grupo seleto de jornalistas de diferentes veículos para uma espécie de jantar de confraternização. O encontro aconteceu no salão nobre do Palácio Rio Branco, na Praça Municipal de Salvador. Inicialmente, ele falou sobre o recente encontro com a presidente Dilma quando do lançamento do Plano de Enfrentamento ao uso do Crack e outras Drogas, em Brasília. Wagner destacou a importância da iniciativa e fez questão de pontuar a inclusão da capital baiana no pacto federativo. Ainda no plano nacional, elogiou a conduta de Dilma, mesmo com as mudanças forçadas no corpo de ministros. Lamentou a estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) do país no último trimestre. Mas, garantiu que a equipe econômica tem uma “carta na manga”. “O pessoal está seguro do que está fazendo. Sei que vem coisa boa por aí”. 
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Terra de Todos Nós - Sobre a Bahia, o governador destacou o crescimento de 2,6% do PIB no mesmo período e garantiu que a arrecadação voltou à normalidade, apesar da instabilidade mundial no começo do ano. “Acho que podemos ainda mais. Vamos usar alguns financiamentos que conseguimos para intensificar a construção de estradas e investir em saneamento e infraestrutura”, previu.
Em relação à Copa do Mundo de 2014, Wagner demonstrou otimismo com a estimativa de conclusão da Arena Fonte Nova. “Tenho segurança de que o estádio fica pronto para a Copa das Confederações, no final de 2013. E ainda podemos receber outros eventos do mundial de futebol”. Outro tema abordado foi a construção da ponte Salvador-Itaparica. Ele ressaltou a montagem do grupo de trabalho para tratar especificamente do assunto. Também anunciou a ideia de criar uma empresa pública para cuidar da gestão do equipamento e de outras obras e serviços relacionados à macroestrutura e logística.

Eleições 2012 - Num clima bem informal e agradável, o chefe do Poder Executivo passou a ser confrontado com questões de natureza política. A maioria das indagações teve consonância com os métodos a serem adotados pelo estado em colégios eleitorais onde houver mais de um candidato da base no pleito de 2012. “É claro que é bom ter um grupo consolidado. Mas, lógico que trabalho para manter a unidade. Onde isso não for possível, vou me manter equidistante ou apoiar aqueles que estão juntos conosco desde de 2010. Mas, se o outro candidato da base tiver mais condições, vou desembarcar ao lado daquele que tiver o melhor projeto e estiver mais forte”.

O ambiente ficou ainda mais descontraído quando ele quis saber a opinião dos profissionais da imprensa sobre a possibilidade de unificação da oposição na disputa pela prefeitura de Salvador. Depois da apresentação de alguns cenários, Wagner não resistiu e deu um “pitaco”. “Acho que temos que preparar o nosso time. Mas, parece que eles estão todos juntos no banheiro e o sabonete caiu. Ou seja: todo mundo está no seu canto sem coragem para se abaixar. Estão pensando em 2012, mas todo mundo está de olho em 2014”, brincou. Ele se mostrou favorável ao deslocamento da Rodoviária de Salvador para Pirajá ou para a Avenida 29 de Março. “Não dá mais para ônibus interestadual passar pelo miolo da cidade”, protestou.

Também sinalizou que a gestão das duas linhas do metrô será feita pelo estado. “Já existe um entendimento de que a prefeitura não tem lastro financeiro para executar essa tarefa. Não há a menor hipótese de ter duas gestões diferentes do mesmo modal que, futuramente, será integrado”.

PDDU da Copa - Neste instante foi questionado pelo representante do Bocão News sobre a resistência da bancada do PT na Câmara Municipal em relação à celeridade na tramitação do Plano Diretor da Copa do Mundo. Além disso, teve que responder se, de fato, o governo do estado tem interesse em garantir a viabilidade econômica da Arena Fonte após o mundial da FIFA. “A copa tem um time (sic). Temos um prazo a ser cumprido e não podemos perder essa oportunidade. Quero dizer que se o PT pensa de outra forma, eu discordo da bancada do PT. Não orientei ninguém porque quem deve fazer isso é o diretório municipal. Mas, agora vou pedir a alguns companheiros para baterem um papo com o pessoal”.

Na sequência, Jaques Wagner entrelaçou as mudanças no entorno da Fonte Nova à outras obras com vistas à Copa. “Sem isso, não posso lançar o edital para mobilidade urbana. As pessoas têm que entender que a cidade precisa de hotéis. O estado deve oferecer condições para que as empresas possam investir com segurança. Nesse caso, a equação é bem simples: existe uma PPP de 35 anos. A contrapartida do governo aumenta ou diminui de acordo com a rentabilidade do negócio. Quero dar as melhores condições aos investidores”.
Eleições de 2014 - Mesmo depois de discorrer sobre tantos temas num curto espaço de tempo, ele negou que tenha tido influência na queda do ministro Carlos Lupi (Trabalho) e revelou que se for consultado vai defender a permanência de Mário Negromonte (Cidades). “Se ela (Dilma) me perguntar, vou dizer que mantenha. Por que é bom, é mais prestígio para Bahia”. Ao citar os seus possíveis sucessores, listou os nomes dos prefeitos Luiz Caetano (Camaçari) e Moema Gramacho (Lauro de Freitas), além do senador Walter Pinheiro e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Entretanto, deixou um recado bem claro para o último. “Quem quiser se viabilizar tem que vim pra cá, seja para trabalhar no partido ou no governo”.

Por fim, mesmo a contragosto, divagou sobre as chances de disputar à presidência da República, caso haja circunstâncias que impeçam a tentativa de reeleição de Dilma ou o “ressurgimento” de Lula. “Sei do meu lugar e do meu tamanho. O projeto é para garantir o segundo mandato da presidenta. Quero trabalhar para fazer meu sucessor aqui e ganhar votos para ela. Se ela disser que não quer e Lula também, aí vamos jogar o jogo. Não gosto de falar sobre isso, ainda é muito cedo, mas (em geral) sei que estou bem na fita”.

Fotos: Manu Dias/Secom

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