Os Estados do Nordeste decidiram se unir e atuar em conjunto para conter os assaltos a caixas eletrônicos e a entrada de armas e drogas na região, que é líder em homicídios no país. Lançada como piloto há pouco mais de dois meses, a operação Divisa Segura começou nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Os bons resultados levaram os demais Estados a se incluir no projeto, que deve ser ratificado como política de segurança regional. A informação foi divulgada pelo site Uol, nesta terça-feira (15).
Segundo a publicação, o primeiro encontro entre as autoridades dos quatro Estados ocorreu em agosto, em Sousa (PB). Ali nasceu um comitê gestor que planejou mais de 15 operações, com a apreensão de mais de 500 kg de explosivos, 50 armas de fogo e 75 veículos. O resultado é que a Paraíba - Estado mentor da operação - não registrou nenhum assalto com explosão de caixas eletrônicos no mês de outubro.
No último dia 7 de novembro os representantes voltaram a se reunir, em Maceió, onde oito Estados - exceto o Maranhão, que deve oficializar acesso ao grupo de Estados na próxima reunião - discutiram novas operações. Os encontros envolvem as polícias Civil e Militar e representantes do Corpo de Bombeiros, responsáveis pela fiscalização de explosivos.
O Uol informa que a ideia de unir forças surgiu por conta dos constantes assaltos a caixas eletrônicos, com uso de explosivos, próximos às divisas dos Estados. Diante dos limites estaduais, as polícias enfrentavam dificuldades para prender os envolvidos nos casos.
Primeiros resultados - Segundo o coordenador do comitê gestor da operação Divisa Segura, o secretário-executivo de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Raimundo Silvani, os primeiros resultados da operação são “excelentes”. Segundo ele, a operação tem três focos. "No primeiro momento, o foco foi o assalto a bancos com explosão dos caixas eletrônicos. Em seguida, temos as investidas nas divisas para pegarmos homicidas, drogas e armas, atuando sempre com o setor de inteligência das polícias. E no terceiro momento, que ainda vai ocorrer, vamos combater o tráfico de pessoas", disse.
Com o sucesso inicial da operação, a meta é oficializar a ação como uma política de segurança pública regional. A apresentação da operação e seus primeiros resultados será feita na próxima reunião do Consene (Conselho de Segurança Pública do Nordeste), que reúne todos os secretários de Estado. O encontro está marcado para dezembro, em Fortaleza.
Em outubro, em entrevista ao UOL Notícias, o presidente do Consene, Aldiar da Rocha, já havia antecipado que os Estados estavam integrando ações para tentar frear o aumento da violência na região. "Nós temos no Nordeste uma excelente comunicação e integração. Para isto, desenvolvemos várias operações coordenadas e integradas, tanto de forma ostensiva, como operações de inteligência policial", disse.
Violência crescente - Ao contrário do restante do país, que desde 2003 vive um redução no número de homicídios, o Nordeste registrou aumento de assassinato nos últimos anos. Em 2010, os Estados da Bahia e de Alagoas, respectivamente, lideraram o número absoluto e a taxa de homicídios entre todas as unidades de federação.
Entre 1998 e 2008, segundo dados do Mapa da Violência, do Ministério da Justiça, o Nordeste viveu um aumento de 78% na taxa homicídios, que saltou 18,5 para 32,1 para cada 100 mil habitantes. O Brasil, porém, teve média de 24 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
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