Edson Gomes quer processar Tânia Yoshida (PMDB)
Confusão em Conceição do Jacuípe. Assim podemos resumir o fim do show do cantor de reggae, Edson Gomes, realizado no último sábado (26), na cidade localizada a 97 km da capital baiana. O que era para terminar em festa, acabou indo parar no site institucional da Prefeitura da cidade.
O espaço, que deveria ser usado para divulgar os feitos da gestão municipal foi usado como local de briga particular e exposição do artista.
Na manhã desta terça-feira (29), quem acessou (http://www.conceicaodojacuipe.ba.gov.br/) se deparou com uma foto de Edson Gomes, seguida da legenda: "Edson Gomes e seu comportamento deselegante em Conceição do Jacuipe".
No mínimo surpreendente - pelo fato de uma matéria estilo 'bafafá' estar postada entre as notícias sobre as ações da prefeita Tânia Marli Ribeiro Yoshida (PMDB) e também, no máximo, recorrente - já que parece ter virado moda usar espaços de cunho político para explanações e desabafos pessoais - seguindo à precursora da ação, nossa ex-primeira dama.
Ao se deleitar na postagem podemos verificar que há um relato de todo o caso, versão Prefeitura. Segue abaixo, na íntegra:
A Prefeitura de Conceição do Jacuipe, bem como sua gestora e demais profissionais empenhados na perfeita realização do Festival Estudantil de Arte e Cultura (FEAC), vem através deste comunicado externar um pedido de desculpas ao pároco local, João Eudes, pelo lamentável incidente ocorrido na noite de sábado (26) durante apresentação do cantor Edson Gomes.
Um inconveniente por parte do citado cantor nos entristeceu profundamente e mais ainda, a quem aprecia seu trabalho artístico. O cantor se recusou a atender a imprensa local e até aos fãs. Mesmo com um prévio contato com sua produção que combinava uma participação do padre João Eudes no show, o cantor Edson Gomes achou conveniente ignorar a presença da autoridade religiosa da cidade, que naquele momento lhe prestigiava apenas como admirador e durante todo o tempo fez questão de demonstrar comportamento arrogante e petulante.
Diante de tão deselegante ato de quem durante uma hora e meia falou de amor, paz e igualdade (mas, provou o contrário com aparente falta de humildade - e quiçá, falta de respeito), alguns populares se indignaram. Contudo, o poder público interviu e garantiu que o artista deixasse a cidade em prefeita segurança.
Ao benquisto João Eudes e a nós cidadãos conjacuipenses fica a decepção por saber que o artista amoroso do palco é apenas uma encenação aparentemente arquitetada por uma pessoa de comportamento inverso. Desta forma, o Governo Humanizar e Desenvolver reafirma o sincero pedido de desculpas aos fãs que esperaram uma atenção após o show e ao padre João Eudes. Em tempo, solicita que continue prestigiando os eventos culturais de nossa cidade".
Mas, entrando em contato com a produção de Edson Gomes, a história contada é outra. "A prefeita esculhambou Edson. Ficou meia hora falando na porta do ônibus, juntamente com mais dez seguranças", contou um dos produtores do artista, Silvio França, conhecido como Tourão. O produtor explicou à nossa equipe que tudo aconteceu porque Tânia queria que Edson cantasse com o padre - o citado na nota acima, mas "Edson não canta com ninguém e nem faz comícios", ressalta Tourão.
Transparecendo indignação, Touraõ disse ainda que também quase foi agredido. "Ela jogou água em mim. Durante todo o instante só ela falava e Edson nada respondeu. Edson está pensando em processá-la", completou.
Questionado sobre a relação do cantor com o público e com a cidade, o produtor tranquiliza os fãs do reggae. "Voltaremos sim para outros eventos na cidade. O público nada tem a ver e nem participou disso. Foi casa cheia e um grande show".
Já em meio à tanta discussão, aproveitamos para fuçar um pouco a jornada da Prefeita - que faz questão de expor suas desculpas e preocupação com a população da cidade e com os eventos organizados pela Prefeitura. Descobrimos, que - a gestora pagou com recursos do Fundef shows artísticos e serviços de táxi; jurados de concursos musicais e de dança, entre outras irregularidades, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Ainda de acordo com o MPF, a gestora foi condenada, em março último, pela Justiça Federal por prática de improbidade administrativa durante sua gestão anterior, nos anos de 2003 e 2004.
De acordo com a ação proposta pelo MPF, houve malversação na gestão de recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).
A sentença determina a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos por seis anos, o pagamento de multa equivalente a uma vez o valor integral do dano e o ressarcimento à União de mais de R$ 174 mil, corrigidos.
As irregularidades foram descobertas após fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União no município no ano de 2004, cujo relatório embasou a ação de improbidade do MPF.
O MPF também acusou Tânia de não aplicação de verba do Programa Nacional de Transporte Escolar (PNTE), mas o Judiciário entendeu que a conduta estava relacionada muito mais à desorganização administrativa do que improbidade administrativa. O número da ação para consulta processual na Vara da Justiça Federal em Feira de Santana: 2006.33.04.006715-2.
Ficam acima, então, as duas partes expostas e citadas. Com a palavra - os envolvidos ou melhor, e porquê não, os internautas?
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